Mapas do Estado Novo
Mapas do Estado Novo parte de uma leitura cartográfica de todas as cidades capitais de estado do Brasil, localizando e identificando nessas cidades os logradouros públicos denominados “Getúlio Vargas”. Os quadrantes cartográficos relativos à presença desses logradouros foram realocados visando à construção de três novos mapas, sob os seguintes critérios:
1) Mapa Muito 1: Aliança revolucionária de 1930.
Reúne logradouros públicos denominados “Getúlio Vargas” procedentes dos mapas das capitais de estado brasileiras que formaram a aliança política interestadual que deu suporte à Revolução de 1930 (Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba). A cartografia da cidade do Rio de Janeiro, à época capital da República, está agregada ao conjunto principalmente por representar o alvo geopolítico em disputa entre os revolucionários e as forças políticas anteriormente estabelecidas.
2) Mapa Muito 2.
Reúne logradouros públicos “Getúlio Vargas” que têm destacada presença urbanística em relação a suas cidades de referência.
3) Mapa Pouco:
Reúne logradouros públicos “Getúlio Vargas” com discreta presença urbanística em relação a suas cidades de referência. Esse mapa agrega também alguns quadrantes de cidades cujas convenções de nomenclatura de logradouros públicos efetivam-se basicamente pelo uso de letras e números, não havendo, portanto, logradouros públicos “Getúlio Vargas”, como nos casos de Brasília (DF) e Palmas (TO).
Nesses mapas percebe-se como os poderes políticos regionais – nos estados que compõem a República Federativa do Brasil – posicionaram-se historicamente frente ao Estado brasileiro durante os governos Vargas, evidenciando sobre a cartografia nacional a manifestação de uma geografia de disputa política entre aliados e opositores ao governo federal, com ampla maioria de aliados, o que deu o necessário apoio para a sustentação da prolongada permanência de Vargas na Presidência.
A obra Mapas do Estado Novo foi exibida na exposição Getúlio Presidente do Brasil, Museu da República, Rio de Janeiro, 2004 e na exposição Coisa pública, Museu da Gravura Cidade de Curitiba – MGCC, 2011.
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